terça-feira, 23 de outubro de 2007

Semem Est Verbum Dei

Semem Est Verbum Dei
Recentemente, tendo o gozo de ler alguns dos Sermões do padre Antônio Viera, achei no Sermão da Sexagésima ou do Evangelho, talvez a filosofia de quem está prestes a terminar um curso que deixa muitas saudades não só pela satisfação acadêmica, mas também pelas amizades que vêm com isso a, de certa forma, distanciar-se: estrelas que todos vêem, mas muito poucos as medem. Assim é quando se sente que o curso começa e crepuscular: vê-se o fim, mas dá medo tentar medir o grau de saudade que dá deixar de toda noite está sendo tocado por estudos da Língua e das Literaturas. Percebo que também é melhor não medir o que vai ser deixar de encontrar toda noite com uma turma que nunca deu nem vai dá margens à medida certa do grau de intelectualidade que sempre manteve... Ah, mas sem essa de começar aqui com essa de “despedida”. Não há porque começar com essa espécie de elegia a qual começa toda turma quando está prestes a se formar. Acho melhor aqui celebrarmos o verbum. A matéria que une nosso entendimento enquanto humanos. Porque formar-se em Letras é ter a responsabilidade de celebrar o entendimento e a palavra entre as criaturas: Euntes in mundum universum, praedicate omni creaturae. Que sejamos sempre arautos do verbo. Ou mesmo a pequena semente que se faz palavra perante Deus. Logo (cf. S. Lucas, VIII, 11), "a semente é a palavra de Deus." Sejamos estrelas, ou (parafraseando Fernando Pessoa) sejamos lua, para que vivamos brilhando, assim como vivendo alto.
(Wagner Marques)

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